Deixará saudades

Está chegando ao fim uma das melhores novelas de todos os tempos. A Favorita, trama de João Emanuel Carneiro deixará saudades, pela história eletrizante e pela atuação impecável de grandes atores. João Emanuel estreou na Rede Globo há quatro anos, como autor titular da novela “Da Cor do Pecado”, um dos maiores sucessos do horário das 19horas da emissora. E com certeza colocou seu nome no seleto grupo de autores globais com sua primeira novela do horário mais nobre da nossa TV.
Ao longo de sua estréia “A Favorita” teve grandes problemas, o principal deles, o mau aproveitamento de grandes atores, que passaram despercebidos pelos telespectadores, mas é inegável a capacidade do autor em criar conflitos, e prender o público. A novela que estreou com baixos índices de audiência, graças ao então sucesso de Mutantes, na Record, se recuperou no decorrer da trama, e atualmente vem marcando média de 45ptos.
Nas últimas semanas da novela, mais do que nunca, os telespectadores não conseguiram piscar, tamanha agilidade e importância das cenas. Aguinaldo Silva que me perdoe discordar de suas críticas feitas à novela em seu blog, o que deixa a entender que foi mais uma “dor” de cotovelo do experiente autor, mas, como já foi dito inúmeras vezes aqui no blog, “A Favorita” é eletrizante.
Tudo bem que há erros no roteiro, afinal Flora (Patrícia Pillar) era boazinha, e do nada, virou filha mais nova do demônio- ou talvez a mãe dele. É verdade, que Donatella (Cláudia Raia), era insuportável, uma verdade perua, impecável com seus inimigos e dona de toda arrogância que há no mundo, e se transformou na mais santa puritana do mundo, virou boazinha e em boa parte das cenas passa chorando ou lamentando as rasteiras que a vida lhe passou.
E não poderia deixar de fora do balanço da novela, o fato do autor reuniu em seu elenco, personagens extremantes chatas e insuportáveis, como Lara (Mariana Ximenes), Cassiano (Thiago Rodrigues) e Irene (Glória Menezes), no caso da personagem de Glória, não existe no mundo alguém mais desligada da vida como ela.
Mas, com tudo isso, é difícil desgrudar os olhos da novela. Não importa o banho de sangue que Flora deu no rancho para conseguir matar Gonçalo (Mauro Mendonça) no susto, o que vamos combinar, seria improvável. Muito menos, a atuação lamentável de Carmo Dalla Vecchia, no papel do jornalista (herói) Zé Bob. Nem mesmo a chatura de Donatella, ou o fato do autor por diversas vezes tentar força a barra, e fazer com que nós telespectadores fiquem parecendo bobos com situações pouco prováveis.
Um capítulo a parte da novela, e que não poderia ficar de fora do post, é a atuação impecável, memorável, perfeita, brilhantes, etc. etc. de Patrícia Pillar, na pele da sufocante, angustiante, não menos eletrizante que a novela, Flora, personagem está que fez de Patrícia a melhor atriz de 2008, e a consagrou como principal nome da teledramaturgia nacional da atualidade.
Contudo, a Favorita ficará na memória de milhões de brasileiros, que terão que esperar entre 03 a 04 anos para ter uma obra do impressionante João Emanuel Carneiro na telinha da Rede Globo.
Que venham novas “Favoritas” por ai.