Ficou Devendo (A Favorita)

O final tão aguardado por milhares de telespectadores da novela “A Favorita” foi ao ar na noite da última sexta-feira, e não surpreendeu. O autor João Emanuel Carneiro até tentou fazer suspense com relação a alguns desfechos da trama, principalmente o que aconteceria com a personagem Flora, interpretada por Patrícia Pillar, e sem dúvida o grande destaque da novela. E deu o obvio (já que a mídia anunciou com exaustão todos os possíveis finais da personagem).
João Emanuel tinha uma possibilidade jamais imaginável nas mãos, mas preferiu fazer o arroz com feijão. O autor que revelou recentemente que sua próxima novela não será tão “densa” como “A Favorita”, e ainda completou que recebeu pressões dentro e fora da Globo para mudar o rumo de alguns personagens.
É inquestionável a qualidade do autor, uma vez que o mesmo conseguiu provar seu talento em “Da Cor do Pecado”, “Cobras e Lagartos” e porque não em “A Favorita”, que revolucionou a forma de se fazer novela.
A Favorita que estreou com 35 pontos de média, fechou sua última semana com 49pontos, ou seja, quase 15 pontos a mais que o primeiro capítulo. Claro, a Record contribuiu e muito com a recuperação de A Favorita, uma vez que insistiram na segunda temporada de Mutantes, que fez o caminho inverso a trama global, estreou com 25pontos de média, e hoje esbarra na casa dos 10pontos.
Enfim, A Favorita foi uma novela que aconteceu. Confirmou o talento de Patrícia Pillar, a mocinha (chata) de Cláudia Raia, a não mesmo chata, Lara, personagem de Mariana Ximenes, o drama de Catarina, vivida por Lilian Cabral. As constantes faces do ator Murilo Benicio e as múltiplas personalidades de Ary Fontoura.
A novela fechou com grandes atores que foram esquecidos por João Emanuel Carneiro e não passaram de figurantes de luxo, Thaís Araújo, até então a atriz preferida do autor, que o diga.
Dizer o que então de Ângela Vieira e sua personagem Arlete, que junto com o veterano Milton Gonçalves foram esquecidos pelo autor no último capítulo.
É fato que alguns questionamentos que fizemos no decorrer da trama aqui no blog, também passaram batidos. Afinal, os 22 milhões de dólares da personagem de Cláudia Raia ninguém sabe o que aconteceu, nem mesmo a possibilidade de Cassiano (Thiago Rodrigues) ser o pai do filho da personagem de Débora Secco, afinal nunca ficou evidente na trama, só se a moça engravidou através de saliva.
De fato o autor ignorou a “inteligência” de muita gente, afinal o único desfecho mesmo dá novela foi a explicação do questionado nome da trama “A Favorita”, de resto o último capítulo da novela, parecia mais um no meio de tantos outros capítulos.
Mas com todos esses erros fica a pergunta: Valeu a pena assistir “A Favorita”¿ Respondo, valeu, o balanço da trama de João Emanuel Carneiro mesmo com todos os erros, foi positivo. E valeu mais ainda ver Patrícia Pillar na pele da vilã Flora. De resto, que venha Caminhos da Índia.