Sutileza X Sensacionalismo

Recentemente, a Band estreou o programa “E-24”, reality show sobre a rotina das equipes de emergência de hospitais e regastes do Corpo de Bombeiro. Em suas três exibições (até o momento) os resultados da audiência foram comemorados pela emissora. Exibido das 22h30 às 23h30 tem média geral de 08 pontos, e logo no primeiro programa registrou impressionantes 09 pontos, e se consolidou na terceira colocação no horário.
Tecnicamente, não há problemas com o “E-24”. O programa é politicamente correto, bem-feito, e produzido por profissionais qualificados da Cuatro Cabezas, também responsável pelo CQC (Custe o Que Custa), de Marcelo Tas e companhia. O “E-24” se destaca pelo ritmo.
Mas... É extremamente sensacionalista, e explora o sofrimento alheio. Um programa como o “E-24” e dispensável no nosso País. País este com tantas riquezas culturais, e dilemas sociais, humanos e políticos a serem tratados, e por que não ainda desvendados, é pouco explorado pela nossa TV.
Um dos melhores jornalísticos já produzidos pela TV brasileira, e sem dúvida o melhor de toda história do SBT, estreou em 2007, e em pouco mais de dois anos de “vida” foi rifado da programação da emissora de Silvio Santos, por não atingir as expectativas da emissora em relação a audiência. O programa que impressionava pela qualidade da imagem e do texto, e abordava temas pouco explorados por outros programas do gênero, chegou ao fim, atingindo 03 pontos de média, ou seja, 06 a menos que o “E-24”, da Band. Cabe aqui a discussão, qual dos dois programas tem espaço na nossa TV¿
Esse é apenas um exemplo, de vários na nossa tevê aberta, onde, infelizmente, os bons programas como o “SBT Realidade” se perdem em meia a tanta banalidade. E outros que exploram a cobertura jornalística-apelativa, como o “E-24”, que na última terça-feira, mostrou um jovem que tentou suicídio, pelo visto, ganham cada vez mais força na nossa TV. Lamentável!


Cláudio Almeida