Qualidade Custe o Que Custar

Por Lucas D.

“Está no ar, o seu resumo semanal de notícias”. É assim que Marcelo Tas começa todas às segundas-feiras o seu CQC. Ao lado de Rafinha Bastos e Marco Luque, a atração é o grande achado da Bandeirantes. Humor ágil e ácido marca todas as reportagens do programa e o leva a um nível de comparação direta com o Pânico na TV. A idéia desse texto veio quando Marcos Mion soltou no twitter: “CQC e Pânico são líderes naquilo que fazem”. E é a verdade! SÃO líderes, cada um ao seu modo.

O pessoal da RedeTV usa e abusa do humor escrachado, de piadas ofensivas e um monte de outra coisa. Diverte? Muito. Mas e o CQC? Os homens - e a mulher - de preto também deixam seus entrevistados em saias justas, as matérias também usam piadas sujas e tudo mais, só que o programa da Band tem em suas pautas algo especial: inteligência. Não que a trupe da Jovem Pan não tenha, pelo contrário. Para fazer humor é preciso ser muito inteligente! A forma que as situações são criadas que os diferem. O Pânico criam personagens muito bons com humor fácil e imediato, já o Custe o que Custar leva seus repórteres a criarem situações perspicazes que também acabam no humor.

Danilo Gentilli, Oscar Filho, Felipe Andreoli, Rafael Cortez e Mônica Iozzi são os que cobrem todo tipo de evento: de esportes e festas de celebridade à pauta sobre política. São competentes, ótimos no improviso, inteligentes e engraçados. Isso, certamente, pela maioria do elenco arrebentar no stand-up comedy.

Já o trio na bancada é responsável pelos comentários entre os VTs. E fazem muito bem. Tas faz as vezes do anfitrião gente boa e parcialmente político, Rafinha é o gaúcho irônico e Luque, em uma interpretação magistral, é o desprovido de saberes. A fórmula deu certo! Tão certo que tem horas que os telespectadores confundem “personagens” com seus intérpretes. Ultimamente, Tas tem comentado sobre as atitudes de Sílvio Santos, figurando sempre no Top Five e se refere ao homem forte do SBT como “senhor caduco” e questiona comportamentos peculiares do apresentador. A história tem rendido e teve gente criticando, falando que Marcelo Tas não tem cacife para criticar Sílvio. Faltou, a inteligência que sobra no âncora da Bandeirantes. Tas sabe que figura é o Sílvio e brinca, assim como o próprio Senor Abravanel faz, com as situações.

Vamos fugir de comparações, mas o CQC dá um banho em muitos quesitos. Se antes o carro-chefe do programa era o Top Five com os “melhores momentos” das outras emissoras, hoje, a diversão é maior em todas as demais reportagens e quadros, como CQTeste e Palavras Cruzadas.

Mesmo com qualidade visivelmente superior, o programa acaba tendo um público mais restrito que o Pânico, talvez, por exigir mais seriedade e conhecimento do telespectador. E é compreensível que em um país com nível de educação duvidoso como o nosso e com tantas problemáticas, o humor descompromissado da RedeTV torne-se bem mais atraente.

Lucas acorda toda terça-feira com sono, por ter ficado até mais tarde com a galera da Band. E não se arrepende.