Sessão de Domingo: A Turma da TV.

Estou de férias! E como é bom. Acordo tarde, vejo desenhos, assisto a “programação” vespertina da TV, fico em dia com meus seriados, durmo até tarde e não faço compromissos. Estou preferindo me manter longe dos telejornais, já que as notícias são só tragédias. Viver a Vida está mais alegre, ou melhor, menos triste. Se estivesse naquele ritmo de quando a Luciana sofreu o acidente, também me afastaria. Esses dias, estava pensando sobre a postura adotada por cada emissora. Foi interessante perceber que é fácil personificá-las. Lembram-se dos seus colegas de escola? Já reparou que em filmes, em séries e na vida real, certos estereótipos se repetem muito?! Vamos estereotipar e personificar as nossas principais emissoras.

Você se lembra daquele amigo, ou amiga, que se dava bem com todo mundo?! Ele era simpático, alegre, divertido, tinha seus momentos de tristeza como qualquer um, mas era o tipo de pessoa que você olhava e imaginava ser um bom amigo. Suas festas eram sempre alegres e toda a escola era convidada. Lá tinha romances, barracos e tudo que uma festa divertida tem direito. Pelos professores, era bem querido, apesar de não ser um aluno nota 10. Suas notas eram, na maior parte, medianas. Em algumas disciplinas, se destacava; em outras, só passava por recuperação. Já chegou até repetir o ano, mas não perdia seus encantos. Era fiel e atraía fidelidade. Não era o mais bonito da turma, nem o que se vestia melhor, mas também tinha suas conquistas. Na classe das emissoras de televisão, esse aluno simpático atende por SBT.

Outro aluno com destaque na turma é a Record. Ela é aquela menina temperamental, que já foi umas das últimas da classe e agora se destaca com um boletim cheio de notas boas. Não são todas notas 10 e, no último ano, muitas disciplinas beiraram notas vermelhas. Em provas, a menina já colou bastante, talvez por ter se perdido na badalação. Suas festas foram comemorações sem propósitos e com uma lista de convidados cheia de segundas intenções. Seus colegas assistem às manobras para conseguir boas notas e só alguns professores mais “inocentes” fingem não ver. Algumas vezes, suas provas obtêm notas maiores até daqueles colegas de quem colou. Essa aluna já teve muitos amigos, mas quando seu pai enriqueceu, se tornou uma pessoa arrogante, afastando muitos. Agora prefere andar com pessoas do seu nível, não respeita mais os antigos amigos e odeia ser contrariada. E as brigas, geralmente, são com sua rival.

Quem é a rival? A menina mais rica do colégio. É boa em esportes, escreve bem, é simpática, tem dinheiro e só tira boas notas. Não tem muitos amigos, apesar de impor respeito. Já cometeu das suas e prefere jogar para baixo do tapete suas mancadas. Suas roupas e seu jeito de agir são bem copiados. E por não se importar muito com os outros, é difícil de comprar uma briga. Mas a sua colega Record lhe tira a paciência. Disputam muito, mas na maior parte das vezes, a menina rica Globo ganha. Ela não poupa nada nem ninguém, costumando ver os demais com certa arrogância. Ainda assim, seu boletim é o melhor; seus amigos, os mais populares; e suas atitudes, referências.

Na mesma classe, ainda temos a humilde e inteligente Cultura; a fofoqueira e intriguenta Rede TV, que acaba se perdendo nos estudos por cuidar tanto da vida dos demais colegas; e temos ainda a Band, que é esforçada, procura estudar com os amigos, compra novos livros, mas nunca consegue conquistar bons resultados.

Essa sessão resolveu fazer essa brincadeira, aproveitando o clima de férias. Não é a intenção atacar nenhuma das emissoras, nem seus telespectadores e fãs. Vale também pra gente relembrar o tempo de colégio, seus amigos, inimigos, brincadeiras e competições.


Lucas é muita coisa, mas em janeiro ele é apenas um vagal com televisão, internet e coca-cola.