Longe da Realidade dos Telespectadores

Há um pouco mais de um mês no ar a novela “Caminhos da Índia”, exibida pela Rede Globo não empolgou. A trama de Glória Peres peca pela essência e por investir em uma história já batida do grande público. Acostumados ao ritmo alucinante de sua antecessora “A Favorita” o telespectador tem que se contentar com uma trama morna e com o ritmo devagar (quase parando).
Por exemplo, a primeira noite de amor entre os protagonistas Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio Garcia) foi sensual, discreta, porém não empolgou o público. O velho clichê de um amor impossível que passa por todas as adversidades possíveis para ficarem juntos já não tem o mesmo sabor de outros tempos. Principalmente quando o casal vem pecando na interpretação. A personagem de Juliana Paes é chata, e passa boa parte do tempo rindo de tudo. Márcio Garcia não vem convencendo como bonzinho e de longe faz lembra a boa atuação em “Celebridade” quando interpretou o canastrão Marcos.
Se não bastasse “Caminhos da Índia” tem um erro gravíssimo, a trama que é ambientada no País título é chata, e mesmo contando com grandes atores não agradou. Diferente do núcleo brasileiro que tem histórias bem mais próximas dos telespectadores.
O triângulo amoroso formado por Silvia (Débora Bloch), Raul (Alexandre Borges) e Yvone (Letícia Sabatella) vem ganhando cada vez mais destaque na trama, porque está mais perto da rotina dos relacionamentos amorosos. O talento e a amadurecimento de Débora e Letícia tornam o conflito ainda mais “saboroso”, assim passa a ser cada vez mais real.
João Emanuel Carneiro apostou em uma história policial, bastante densa, porém interessante. Conseguiu mesmo com vários erros (talvez jamais visto em uma trama) prender o telespectador, porque tentou inovar.
Ainda é cedo para afirmar que a novela é um fiasco, mesmo registrando baixos índices de audiência para o horário mais nobre da TV brasileira, séria duvidar da capacidade da Globo em reverter fracassos como o primeiro mês de “Caminhos da Índia” em sucesso absoluto. Mas, é inegável que a emissora e a Globo e Glória Peres terão muito trabalho para tirar o gostinho de “dejà vú” que a novela tem.

Hasta