Pegando carona no SBT

Recentemente, a maior estrela mirim da atualidade, Maisa Silva foi proibida de fazer uma das coisas que mais gostava, segundo a própria: se apresentar no “Programa Silvio Santos”. Como é de conhecimento de todos, a ‘pequena notável’ atualmente com 07 anos, se assustou no palco da atração dominical, com um garoto caracterizado como morto-vivo e na semana seguinte, bateu a cabeça numa das câmeras, ao ir de encontro a mãe. Nas duas ocasiões, Maisa chorou. Foi o suficiente para o Ministério Público cassar a licença que dava permissão para a garota pisar no palco do dominical.
Nos dias seguintes, falou-se em aplicar multa ao SBT e ventilou até a perda da cassação da emissora. Em todo esse ‘bafafá’, Silvio Santos foi acusado até de escravizar à pequena. A censura, então ‘escondida’, se fez presente e o quadro foi retirado do ar, sob risco da atração dominical ter sua classificação indicativa aumentada de 10 para 12 anos.
Esta não é a primeira e, com certeza, não será a última. Em 2001, ensaiou-se uma ‘moralização’ da televisão brasileira e surgiu a campanha ‘Quem financia a baixaria é contra a Cidadania’, na ocasião seriam combatidos os excessos em programas e telenovelas. A primeira ‘vítima’ foi o “Domingo Legal” que perdeu a banheira do Gugu- quadro de maior audiência da atração e que iria ao ar um pouco depois das 19h.
Em seguida, o elenco mirim da novela “Laços de Família” foi impedido de gravar sua participação na trama de Manoel Carlos e o “Programa do Ratinho” chegou a ser impedido de mostrar agressões físicas entre seus participantes. Não demorou muito as crianças retornaram a gravação da novela global, após protesto da emissora carioca. Já o quadro da banheira continua proibido para antes das 22h. E Ratinho, perdeu boa parte dos seus patrocinadores e logo em seguida, saiu do ar.
Fica então a pergunta: Qual o verdadeiro critério para classificar um programa?

A única coisa que se pode afirmar é que a classificação indicativa é um verdadeiro equívoco. E exemplos para se comprovar tal hipótese não faltam: A reprise da novela “Senhora do Destino” recebeu classificação 10 anos, mesma classificação do infantil “Bom Dia & Cia.”. Em 2008, a Rede Record explorou durante todos- ou quase todos, programas da emissora, o caso da menina Isabella Nardoni, jogada, ao que tudo indica, da janela de seu apartamento e do sequestro ocorrido em Santo André, que culminou na morte da vítima. Não se viu nenhum representante do Ministério Público exigindo alguma medida contra a emissora dos bispos. Sônia Abrão (Rede TV!) foi ainda mais além, e conversou com o sequestrador. E ai, onde estava o Estatuto da Criança e do Adolescente nessa hora ou o Ministério Público?
A conclusão que chego é que a decisão do Mnistério ao SBT tem como objetivo pegar carona no sucesso e na popularidade dos envolvidos na questão: Silvio Santos e Maisa, nada mais.

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HASTA