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Por Renato Kloss
Curitiba/PR

Não creio que com as mudanças programadas pelo SBT para a próxima segunda-feira, dia 14, o telespectador que está acostumado a ver a novela da Rede Globo assista a programação do canal de Silvio Santos depois. A programação do SBT é muito fraca e a emissora carece de “bons” produtos.
O que são “boas” mercadorias? Entretenimento, jornalismo e esporte.
Para atingir o mesmo patamar que a concorrência, o SBT deveria criar um canal específico de notícias. E contratar mais jornalistas de peso para o seu departamento de jornalismo. Enquanto Sílvio não valorizar o jornalismo local das afiliadas do SBT, não investir maciçamente na capacitação dos profissionais da sua emissora, a rede dele não emplacará em termos de audiência. Não dá para um canal de TV viver só de teledramaturgia, enlatados mexicanos como “Chaves”, reprises de séries como “Eu, a Patroa e as Crianças”, programas de auditório e games.
O “SBT Brasil”, por exemplo, conta com bons jornalistas em seu staff, mas o seu número de correspondentes internacionais deveria ser ampliado. É necessário colocar correspondentes no Oriente Médio, na África e na Ásia, por exemplo.
Sei que custa caro para o dono de uma emissora de TV manter uma equipe de profissionais de alto gabarito dentro do departamento de jornalismo da sua empresa, mas este é o caminho. Não há outra saída!
O canal de Sílvio Santos deveria se espelhar na Record, que tem hoje um bom departamento de jornalismo. Não foi à toa que os telejornais da emissora de Edir Macedo ocuparam a vice-liderança de audiência em seus respectivos horários, em agosto.
Vale destacar, que os telejornais da emissora dos Bispos só não registram uma maior audiência porque o horário de alguns deles estão inadequados, caso contrário poderia alçar índices ainda maiores. Mas é importante destacar, a Record não deveria embaralhar os interesses seus interesses comerciais com as intenções da Igreja Universal.
Enfim, colocar o “Jornal da Record” no mesmo horário que o “SBT Brasil” e do o “Jornal da Band”, também não deixa de ser um erro. Ao se submeter a tais desleixos, o pessoal da Record está sendo imprudente.
E já que a coluna ‘Doa a Quem Doer’, de hoje, tocou no assunto investimento, acredito que Carlos Nascimento e Karyn Bravo podem sim levar uma tunda do "Jornal da Record" ou do "Jornal da Band", com o “SBT Brasil” sendo exibido no mesmo horário que tais telejornais. Mas o oposto também poderá acontecer. Qualquer um dos três telejornais pode ter sua audiência elevada ou diminuída no Ibope se passarem a ser exibidos no mesmo horário. Tudo dependerá das notícias que cada telejornal apresentará. O telespectador não é bobo: ele se aterá ao conteúdo dos noticiários. Valorizará o produto que melhor lhe convir.
A competência dos âncoras dos telejornais não se questiona. O que se questiona é o conteúdo e a linha editorial dos noticiários; a forma como cada jornalista informa um fato, a maneira como cada reportagem é levada ao ar. Telespectadores não são robôs: simpatizam com o jeito de um jornalista noticiar, por isso o acompanham-no.
Não sei quanto de audiência Record, SBT e Band esperam obter com os seus telejornais sendo exibidos no mesmo horário. O que posso dizer é que o “TJ Brasil”, na época do Boris (Casoy), quando era exibido das 19h15min às 20h, dava 10 (picos de 12) pontos de audiência no Ibope e o pessoal do SBT se regozijava com tal índice. Mas a linha editorial do telejornal era outra, tão isenta quanto a atual, que prioriza o jornalismo popular, o que acho errado. Porque se noticiam muitas mortes, muitos assassinatos, muitas catástrofes. Não é por aí. Tem que mesclar fatos curiosos com notícias polêmicas. E pormenorizar mais as informações mais relevantes do dia. O que o departamento de jornalismo das emissoras de TV deveriam fazer e não fazem é: perguntar para os telespectadores que tipo de informação eles gostariam de acompanhar no telejornal e, com base neste levantamento, encontrar um meio-termo entre novidades boas e más.
A audiência de um programa de TV está condicionada à qualidade e ao conteúdo deste programa. Em TV, não se faz milagre. Eu acho fraca a grade de programação de todas as emissoras de TV do nosso país, mas dizem por aí que fazemos os melhores programas de TV do planeta. Será?
O fato é que as TVs abertas sobrevivem da publicidade e da audiência dos programas que exibem.

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