Sessão de Domingo: Arruda.

Leitores, estou saindo de casa agora e não voltarei até segunda-feira. Por isso, já estou colocando no ar o post de domingo. A nossa Sessão de Domingo vem ao ar mais cedo. Boa leitura!

Por Lucas D.

Já há alguns dias, o caso do governador Arruda, no Distrito Federal, está em todos os telejornais, nas piadas dos humoristas e em comentários de apresentadores e apresentadoras. O assunto tomou conta de todas as grades. Polêmicas a parte, deixando de lado ideologias políticas e todo o resto, quero propor uma discussão não sobre os políticos, mas sobre os eleitores.

No começo da semana, manifestações, invasões e expulsões na Câmara Legislativa do DF, brigas entre civis e a polícia, troca de ofensas entre grupos pró e contra o governador retrataram posicionamentos políticos e ideológicos da população em Brasília, e em todo o país.

Nesse momento, com a bomba explodida vemos quem defenda o político corrupto. Vemos quem defenda o político corrupto, dizendo que pelo menos ele fez mais pela cidade que outros. De um lado, tem o grupo daqueles que não admitem a corrupção e do outro, o grupo com o “princípio” de que todos irão roubar, então, melhor ficar com “menos ruim”.

A verdade é que essa discussão é um retrato triste de uma realidade brasileira. Pensar que nada vai mudar é pessimismo, conformar-se com a situação não gera mudanças, nem transforma a realidade. A verdade é que somos passivos!

Eu me pergunto, onde estavam há dois ou três meses atrás, os manifestantes que tanto “causaram” essa semana? Nos últimos anos, eles foram pressionar algum deputado? Correram atrás de informações de como os recursos públicos eram gastos? Fizeram manifestos pró ou contra algo relevante? Assistiram a quantas sessões na Câmara ou no Senado? Muitos deles, nem se lembram todos os nomes em que votaram.

Tudo o que estamos vendo acontecer, todos os escândalos, são derivados do jeitinho brasileiro que se tornou famoso. Trocamos favores, favorecemos amigos, priorizamos nossos interesses... Somos humanos corruptos, em maior ou menor proporção. Tirar os envolvidos nesse caso não vai ser a solução. Não vou entrar no mérito se é certo ou não. O fato é que não é a solução. Se eu tenho a solução? Não, mesmo.

O que quero passar com esse texto, é que não há algo novo e surpreendente no caso como pintam a mídia. Sabemos que para governar, muita sujeira é jogada debaixo dos tapetes. Assim que funciona nossa política, infelizmente. Se deixássemos de lado hábitos pequenos de corrupção, de acomodação e de ideologia cega, talvez tivéssemos os políticos que queremos. O que temos hoje são aqueles que merecemos.


Lucas comete muitos dos pequenos atos de corrupção citados, nunca acompanhou uma sessão parlamentar, nem fez algum manifesto. Mas acha que vale uma reflexão.